Um dia um homem me ensinou a fazer poesias. Ele não era bom com rimas e concordâncias. Mas ele tinha o dom da emoção e das palavras. Assim, combinamos; ele me ditava as palavras soltas, e tentava traduzir o sentimento para mim. Logo; eu as transformava em poesias, através do dom que ele me deu (a escrita), guardadas no final de um caderno que hoje está perdido.
Mudando de assunto, eu não sei a idade desse homem, pois ele tem espírito de 20, corpo de 30, responsabilidade de 50, maturidade de 70, mas ele insiste em dizer que tem 25 anos.
Eu convivi, diariamente, com esse homem desde que nasci, até os 17 anos, e nesse tempo, ele me passou valores divinos, tais como, ser honesta, batalhadora e ser acima de tudo educada com todos indistintamente.
Engraçado que eu tão nova já quis desistir de tantas coisas das quais, com serenidade ele não me permitiu, e com calma e paciência me incentivou.
(Ele foi lá e disse "Não desista, você consegue, eu não desisto de você").
Eram as notas ruins na escola que viraram total e motivo de orgulho dele e dos professores, era o incentivo ao esporte que me levou a ganhar várias medalhas, era a carteira de motorista que eu achava que jamais iria tirar, e ele me proporcionou tudo que precisava para alcançar aprovação.
Depois disso e tantas coisas mais, ele foi embora e deixou meu coração com um vazio que até hoje dói. Mas sem pensar duas vezes, conforme prometido, eu fui atras dele após a minha formatura, exatamente cinco anos depois, e mais uma vez ele me proporcionou todo suporte emocional para passar no exame da ordem com muita satisfação.
Esse homem é o o meu pai poeta, que foi a salvação da minha vida, para eu virar uma pessoa descente.
(Ele não sabe que é poeta, mas eu tenho certeza que é, pois esse meu dom veio dele).
Quando comecei a escrever meus textos no blog eu pedi para ele fazer uma poesia sozinho e disse que dessa vez não iria ajudá-lo, que teria que vir do coração dele. Dentre todas elas, a dele foi a mais elogiada, e teve gente ainda que chegou a se emocionar.
Hoje moro novamente longe do meu poeta, que foi, é, e sempre vai ser tudo na minha vida, e eu digo com plena convicção (eu não sei viver sem ele).
Agora vai uma poesia sobre o pai poeta:
Com seu cabelo louro dinamarquês ele vai, pela sorveteria fazendo sucesso e tirando suspiros, aiai...
Ele segue sempre preocupado; com todos a sua volta, e com quem está aqui do outro lado...
Ele é divertido e cativante, mas está sempre sendo procurado, não pela polícia, mas pelo tanto que é amado...
Ele não sabe demonstrar direito seu amor,
mas para mim nunca foi preciso porque sempre senti o seu calor...
Ele guarda seus sentimentos, não divide com ninguém, mas quando toma umas é emoção que vai além...
Meu caro Pai poeta, que me ensinou a andar de bicicleta, aqui quero te fazer um pedido, como se fosse o seu pai amigo...
Cuide de você, como o mesmo zelo, com que cuida dos seus filhos.
Feliz aniversário meu Pai poeta,
EU AMO VOCÊ TANTO QUE ATÉ DÓI O CORAÇÃO!